A temática deste trabalho é referente ao confronto dialético entre sujeitos, originários de diferentes culturas no âmbito educacional. O objetivo deste trabalho consiste em repensar e elucidar sobre a postura docente, como mediador deste diálogo intercultural. Este artigo surgiu a partir de questionamentos: Como lidar com as diferenças? Como tratar igualmente, se reconhecemos que cada ser é portador de uma identidade subjetiva? Quais as responsabilidades da educação mediante a desigualdade de condições? A educação é um espaço de encontro entre diferentes sujeitos, originários de uma multiplicidade de espaços e cada qual constituídos por valores provenientes de inserções e mediações realizadas em contextos diversos. Assim, cada povo, cada gueto, cada grupo social desenvolve certas características semelhantes e pelas quais se identificam. Esse rol de características pode ser identificado como a cultura historicamente constituída deste povo. Reconhecemos que vivemos em uma época singular. Estamos nos dando conta de que estamos inseridos em uma sociedade complexa. Neste contexto, observamos que há uma única raça: a raça humana. Mas, há uma pluralidade cultural, uma multiplicidade de culturas, entrelaçadas, aglomeradas, inter-relacionadas, em entroncamento das mais diversas manifestações no mesmo espaço social. Desta forma, considero oportuno entendermos melhor como devem acontecer os processos educativos na perspectiva assumida pelo educador como um possibilitador do diálogo entre as mais diversas culturas que emergem no meio educacional. O diálogo não é uma tarefa simples. Já é complexo entre grupos com afinidades, objetivos e perspectivas em comum, tornando-se árduo, difícil quando envolve sujeitos de culturas diferentes. É no espaço educativo que acontece este confronto de idéias. Neste movimento de expressão contrastante, ambíguo, de afirmação e negação, concordâncias e discordâncias, que através do respeito, da tolerância e do diálogo ocorre a reformulação de conceitos e concepções. A educação e a cultura dividem um espaço comum, habitado por seres humanos. Assim, é na educação que podemos nos conscientizar da diversidade e indagar sobre as problemáticas de superioridade e de subordinação, de dominação e de exploração. Não há culturas superiores ou inferiores, apenas diferentes. Cabe a educação a tarefa de humanizar, emancipar a todos os cidadãos, independente de sua condição sócio-econômica ou cultural, mas considerando o princípio da igualdade de direitos, oportunizar o crescimento integral de cada sujeito, discutindo valores éticos como o respeito e a tolerância. Este artigo foi apresentado em forma de Comunicação Oral na Universidad Nacional del Centro de la Provincia de Buenos Aires, em Tandil - Argentina.
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